Paisagens culturais é tema de evento da RCA na COP22 em Marrakesh

“Paisagens culturais: a gestão territorial e ambiental das terras indígenas frente às mudanças climáticas na Amazônia brasileira” foi o tema da mesa redonda realizada no Pavilhão Indígena, no Espaço da Sociedade Civil, na Conferência do Clima (COP 22), em Marraquesh, no último dia 15 de novembro de 2016.
O evento da RCA integrou uma programação sobre o Brasil, que contou com duas outras apresentações: do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB). Participaram da mesa redonda Telma Marques (CIR), Maurício Yekuana (Hutukara), Luís Donisete Benzi Grupioni (Iepé) e Ana Luisa Ramalho (CPI-AC). Em pauta o papel desempenhado pelos povos indígenas e seus modos de vida na preservação da floresta e no enfrentamento das mudanças climáticas.
Com apresentações sobre experiências conduzidas nos últimos anos por organizações indígenas e indigenistas no Acre, Roraima e Amapá, a mesa redonda ressaltou o papel dos territórios indígenas como importante barreira ao desmatamento e a degradação ambiental na Amazônia. Ainda que se tenha verificado um aumento na taxa de desmatamento em toda a Amazônia, as terras indígenas seguem com as mais baixas taxas de desmatamento, conseqüência dos modos de ocupação tradicional e da gestão dos recursos naturais que os povos indígenas tem praticado. Historicamente, os povos indígenas da região amazônica fazem o manejo de seus territórios, conservando os recurso naturais e diversificando a paisagem. No presente, os conhecimentos tradicionais aliados com o uso de novas tecnologias deram origem a experiências exitosas que evitam o desmatamento e a degradação ambiental e garantem qualidade de vida nos territórios indígenas.
Iniciativas de gestão territorial baseadas em conhecimentos ancestrais e em estratégias tradicionais fortalecidas por meio de processos formativos diversos, com o uso de variados instrumentos de gestão têm estimulado comunidades indígenas a refletir, intervir e dar soluções possíveis aos problemas socioambientais e as mudanças climáticas. Esse foi o recado principal da mesa redonda da RCA. O evento se encerrou com um canto e dança taurepang, envolvendo todos os presentes.
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